terça-feira, 25 de agosto de 2015

Um conto sobre eu e você

E de repente mais um dia começava.
Dessa vez, com uma chuva torrencial. Daquelas de não dar vontade nem de colocar o pé para fora da cama. Mas ele era irremediável. Ele tocava, tocava, tocava. Não importa por quantas vezes você apertasse soneca. Até que o olho abriu - com um pouco mais de dificuldade que das outras vezes.
E agora o dia começava pra valer.

Roupa, banho, cacharrel, botas, celular, bolsa, lanche da tarde e, claro, guarda-chuva. Tudo pronto.

No trabalho, mais um dia comum. Devagarinho, vinha um bom dia cheio de sono daqui e dali - parece que mais gente tinha tido dificuldade em levantar da cama. E mais que depressa, cada um se fechava em seu mundo. Nos fones, nas planilhas, nos milhares de e-mails não lidos, nos calls (que poderiam ser chamados de ligação, mas ok), nas reuniões presenciais, nos post-its, nas conversas paralelas. Mundos que nem sempre eram exatamente o que cada um havia sonhado para si. Mas era o que tinham no momento, ou o que restou. Ou a escolha diária de um caminho que o levasse para onde sonhavam estar - melhor assim.

E agora começava a briga com a hora. Alguém tirou as pilhas desse relógio? Os segundos estão passando mais devagar mesmo? Por que será que as férias voaram e parecemos estar presos nas paredes desse escritório? Por que a hora mais incrível do dia é o final dele - especialmente se for sexta-feira?

Silêncio.

O que estamos fazendo? Para onde exatamente estamos indo? É realmente necessário trilhar esse caminho? E se for a hora de mudar tudo?



Um comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...